“E o vento levou” - João Marcos M. Couto - 7° Ano B
Sanfish era uma cidade anormal. A começar pelo nome de origem, desconhecida pelos últimos habitantes que viveram lá, é possível pré julgar o quanto estranha ela pode ser.
Neste momento, você deve estar se perguntando, por que citei os habitantes, como sendo os últimos.
Há alguns anos, o governo da cidade realizou uma evacuação na cidade, e ninguém soube o motivo real de ele ter feito isso. Apesar dos motivos desconhecidos, a população teve que concordar. Apenas um grupo de 450 pessoas se negou a sair. Lembrando que nessa época havia 7 mil pessoas, o que de acordo com a matemática mais aceitável, equivalem a seis mil quinhentas e cinqüenta pessoas evacuadas, para cidades vizinhas.
Esses pobres seres humanos, de maioria mais velha, foram deixados para morrer, pois não sabiam o que iria acontecer com a cidade.
No dia seguinte, parte dos seis mil quinhentos e cinqüenta pessoas, voltaram para ver que tipo de desastre poderia ter motivado o governo a evacuar tudo. Após o grupo chegar na montanha que cercava a cidade, a vista que tiveram foi uma mistura de medo, susto, perturbação e terror. Todos voltaram aos seus locais de estadia nas cidades vizinhas. O que haviam visto?
Eles viram nada, além de metros de água acima dos locais onde as velhinhas andavam, enquanto as falhas dos organismos humanos as impediam aos poucos de viver. Sanfish, como era uma cidade pouco populosa, era antiga, e lá moravam pessoas que nela passavam a vida toda. Qual o motivo desse sofrimento todo?
O motivo é que Sanfish era uma cidade litorânea, e a partir da areia, a cidade toda era um declive, portanto mais cedo ou mais tarde, sua destruição aconteceria, assim que o mar viesse.
Assim que o governo recebeu a informação de que ventos vindos de ciclones e furacões empurrariam o mar, ele fez o necessário, para salvar 450 anos de historia, guardados nas cabeças das famílias evacuadas.
Aquelas famílias viviam lá desde a época da colonização dos Portugueses, 450 anos antes deste terrível fim.
A perda de Sanfish foi uma coisa desnecessária, pois essa cidade, foi uma das primeiras a serem criadas no Brasil, portanto guardava séculos de histórias importantes. Sanfish foi reconhecida pela ONU, como patrimônio cultural da humanidade.
Sanfish, antigamente, era um centro de grande comercio de café. Até havia um local chamado “Bolsa do Café”, onde se reuniam compradores e vendedores de café, um dos principais produtos da época.
Havia também o Monte Serrat, no qual, antigamente, funcionava um cassino, além de ter também, uma igreja toda feita, internamente, de ouro. Para subir nesse monte, havia um tipo de bondinho que utilizava a força da gravidade para funcionar. Para subir, havia também uma grande escadaria, onde um pouco antes do desastre, se realizava uma competição de descer a escadaria de bicicleta.
Sanfish tinha também um dos principais portos do país Brasileiro, que era também um dos mais movimentados. No horizonte para o mar, era possível ver filas de navios esperando para atracar.
Semanas antes do desastre, fora inaugurado um aquário, muito visitado e adorado pelas crianças.
Um fato estranho de Sanfish é que raramente casais conseguiam fazer um filho lá, por motivos desconhecidos. Era como se a própria natureza impedisse que eles tivessem, para diminuir o sofrimento dessa catástrofe.
Foram tantas histórias e patrimônios perdidos, pela ação do próprio homem. O homem destruindo seu próprio passado. O motivo dos furacões e ciclone foi o homem, e sua interferência no ciclo da natureza.
O homem não só destruiu parte de sua história, mas ele mesmo, com as 450 pessoas, perdidas.
Nesse ponto, é possível ver a relação, 450 anos de história e 450 seres humanos, que representavam uma boa parte de uma cultura.
Isso serviu mais como um alerta da mãe natureza. Foi assim então, que “o vento levou”.